OPINIÃO – NEWTON MIRANDA
Estado de Minas – 22/04/20

Estou em casa, confinado, pois um vírus está por aí, à espreita e querendo me pegar. Querendo pegar todo mundo, ansioso para matar. Sou professor e sinto falta de meus alunos. Da sala de aula, do recreio explodindo juventude por todo o canto. Há um silêncio triste, um silêncio de ausência. Silêncio da luta contra um inimigo que também é silencioso e invisível. As escolas estão vazias, os quadros … brancos. Ah, o silêncio de novo, coisa que nunca combinou com educação. Educação é barulho, é gente, aluno conversando na sala, rindo, mexendo com o outro, interagindo. O outro? Estamos todos sem o outro. Sem interlocutor. Pais sem filhos, maridos sem esposas, comércio sem comprador, porteiro sem bom dia.

Como enfrentar essa guerra silenciosa na educação? Como continuar, na resistência, a nossa tarefa de educar e preparar nossas alunas e alunos para as provas, os vestibulares e a vida? É neste momento que a crise surge com as suas obviedades. Todos seremos prejudicados, de um modo ou de outro. Mas, todos também, teremos portas e janelas abertas para enfrentar e vencer essa crise. Falo das escolas privadas e públicas. Falo do sistema educacional. Falo de professores e alunos. Não importa onde estão, na esfera pública ou privada. Falo de educação e de paradigmas.