DOCENTE RESPONSÁVEL: Tácila Lopes Oliveira

APRESENTAÇÃO

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) representam um conjunto de lesões no sistema musculoesquelético, que atingem o trabalhador devido ao uso repetitivo ou à manutenção de posturas inadequadas. A incidência das LER/DORT é considerada alta, e isso pode ser justificado pelos fatores risco presentes no trabalho e, principalmente, pelo estabelecimento de metas.

Este projeto busca desenvolver estratégias de atendimento dentro do campo da fisioterapia e da saúde do trabalhador com foco no atendimento aos funcionários da Faculdade da Região Sisaleira, buscando prevenir doenças e disfunções relacionais ao trabalho.

A primeira fase do projeto acontecerá através da avaliação e aplicação do questionário SF-32, buscando identificar principais alterações relacionadas a sua atividade laboral e qualidade de vida.

A segunda fase será constituída por atividades em grupo, com atendimentos duas vezes por semana durante seu expediente de trabalho. Os grupos serão formados, baseados no setor e/ou função exercida.
Após a execução do projeto, os dados serão analisados para construção do relatório final.

OBJETIVO GERAL

Contextualizar a atuação do Fisioterapeuta na Saúde do Trabalhador.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Delinear o campo de atuação do Fisioterapeuta na Saúde do trabalhador com os fundamentos de funcionalidade e da Saúde Coletiva.
  • Construir repertórios de acolhimento com base nas necessidades dos sujeitos (trabalhadores).
  • Fundamentar os princípios da prática na análise Ergonômica do Trabalho (AET).

JUSTIFICATIVA

Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort) representam problema incapacitante e de grande importância para a saúde pública dentro do quadro de morbidade de trabalhadores, representando o segundo maior motivo de concessão de benefícios acidentários do tipo auxílio-doença no Brasil.

As LER/DORT somam um conjunto de manifestações clínicas decorrentes de movimentos repetitivos, que podem provocar lesões em tendões, músculos e articulações, principalmente dos membros superiores, ombros e pescoço devido ao uso repetitivo ou à manutenção de posturas inadequadas, resultando em dor crônica, fadiga e declínio do desempenho profissional conduzindo à incapacidade funcional e/ou laboral.

As exigências psicossociais são adicionadas ao aspecto físico-motor, com alta demanda de movimentos repetitivos, ausência de pausas espontâneas, necessidade de permanência em determinadas posições por tempo prolongado, atenção para não errar e submissão a monitoramento de cada etapa dos procedimentos, além de mobiliário, equipamentos e instrumentos que não propiciam conforto.
Dentre os sintomas referidos por esses trabalhadores, os mais comuns são a dor crônica, parestesias, sensação de peso e fadiga, distúrbios psicossociais e individuais do trabalhador.

Nesse contexto, o fisioterapeuta enquanto participante do processo de consolidação de ações de vigilância, tem o desafio de compreender a abrangência de suas habilidades, o conhecimento do perfil epidemiológico de adoecimento dos trabalhadores e, assim, agregar em sua atuação novos elementos para análise de Dort, possibilitando melhores condições para o desenvolvimento de ações de saúde integrais.

Baseado nisso, esse projeto visa evidenciar a importância da fisioterapia como um dos recursos que proporciona a minimização dos efeitos sintomatológicos na capacidade de trabalho, melhorando, assim, a qualidade de vida dos trabalhadores.

Ao longo dos tempos, a Saúde do Trabalhador tem passado por enfrentamentos e reconfigurações no delineamento do campo de atuação. Os mesmos são pertinentes pois, o foco passa do manejo de risco, atuação preventiva e abordagem restauradoras e reabilitadoras para uma visão abrangente que engloba dimensões como: o físico, o psicossocial e o trabalho, este entendido como trabalho real e não somente o prescrito.

Assim sendo, o profissional do campo da Saúde do Trabalhador deve incorporar em suas práticas a visão de funcionalidade, promoção da saúde, qualidade de vida e sobretudo, a Saúde Coletiva, entendida como diálogo entre sujeitos sociais que na maioria das vezes, vivenciam o trabalho e suas categorias como o desemprego e trabalho informal e suas necessidades.

A Pandemia da Covid-19 trouxe para o universo do trabalho novos desafios como a insegurança no ambiente de trabalho, o Home Office, sobrecarga de trabalho doméstico com diferentes relações entre os gêneros, novos fenômenos como a Uberização.

Tais desafios e fenômenos repercutem de forma diferenciada na saúde e no processo de adoecimento, requerendo dos profissionais de saúde um olhar atento no delineamento de suas práticas e atenção, pois, o foco deve ser voltado para uma apologia à vida.

Torna-se pertinente então, acolher e ter estratégias de atenção que incorporem a dimensão da integralidade, estabelecendo um elo entre o que é necessário e a importância da gestão e do planejamento estratégico para a resolubilidade.

Para Roseni Pinheiro et al (2005) essa integralidade deve ser construída nos cursos de graduação na área da saúde e deve ser pautada na experienciarão e articulação de concepções, percepções e sensações.